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the books are on the table

pouco antes de contemplar a possibilidade de lançar-me ao vácuo verdejante da serra do mar ou continuar ouvindo ‘passos na areia’ estive no instituto Tomie Ohtake passando os olhos pela exposição sobre Chaplin e, antes disso, na Cultura do Villa.

foi lá que vi os livros na mesa.

liiivrooosss…

confesso que podem não ser tão atraentes quanto a edição nova da bíblia daquela editora católica – principalmente por não influenciarem o crescimento tardio de você-sabe-o-quê – mas livros têm em mim o mesmo efeito que O Anel tinha (ou será que ainda tem?) sobre Golum.

esses, naquela mesa, eram os clássicos de luxo da Penguim, e precisei trazer alguns comigo e deixar tantos mais pra trás ou pra outra ocasião. dos que acompanharam já mencionei o retelling dos ‘canterbury tales’ por Peter Ackroyd com capa e ilus do Nick Bantock; ‘we have always lived in the castle’, de Shirley Jackson com uma capa matadora de Thomas Ott e introdução de Jonathan Lethem; ‘one flew over the cuckoo’s nest’ de Ken Kesey, ilustrado pelo próprio, com capa de Joe Sacco, prefácio de Chuck Palahniuk e introdução de Robert Faggen.

dos que deixei pra trás com dor no coração, um que me atraiu de cara foi o ‘frankenstein’ da dona Shelley com capa do Daniel Clowes…. eeee, ‘gravity’s rainbow’, do Ruggles com capa do Frank Miller.

já que tou falando de livros, uma mulher nova entrou na minha vida. antes só conseguia pensar em Margaret Atwood ou Miranda Jully ou Annie Proulx como as verdadeiras donas de meu coração empedernido, mas descobri a Kate e, desde então, não consigo parar de ler e pensar nela. até agora só tive tempo de ler dois de seus livros e ambos são apaixonantes por motivos diferentes.

‘emocionalmente esquisito’ é over the top em termos de graça, de humor mesmo, mas ‘quando haverá boas notícias?’, 3º da série de Jackson Brodie, é um dos textos mais bacanas que li, sei lá, nos últimos 10 anos. antes que alguém pergunte (isso é só força de expressão, caro leitor inexistente), os dois primeiros não foram publicados no brésil. tampouco o 4º. isso pode ser facilmente remediado com uma visita a qualquer boa livraria virtual que trabalhe com importados (minha solução pra quase todas as ganas literárias inace$$ívei$ nos últimos tempos e praquelas que não existem na língua mãe).

no topo com ‘a versão de Barney’ e ‘menino de lugar nenhum’ e ‘madame oráculo’ por trazer um grupo de personagens de que comecei a sentir falta no momento em que fechei o livro.

quanto à narrativa, a coisa é inteligente demais e construída de modo a alternar o foco entre três dos personagens principais sem abrir mão do narrador onisciente. a graça do narrador onisciente, nesse caso, é que ele omite informações de modo casual e só depois de toda a trama estar devidamente amarrada, temos uma noção de como tudo se deu. a série de Jackson Brodie está classificada, em geral, como ficção policial, e este recurso supra me fez lembrar do sr. Holmes que, depois de revelar o culpado da vez explicava como tinha chegado a ele… mas as semelhanças entre o que Kate faz e ficção policial terminam por aí. claro, há crimes na história, mas também amor não declarado, desejo, frustração, humor, apetite, sono, dúvidas e quase tudo que nos faz humanos.

mais importante que qualquer coisa: Kate faz tudo isso parecer fácil.

que mulher.

mais ou menos

um daqueles fins de fim de semana caninos, único refrigério descobrir que Paul Giamatti interpretou o Barney na adaptação cinematográfica do livraço de Mordecai Richler.

foda que meu entusiasmo sempre é recebido com um balde de água fria. uma presença não identificada já falava das celebridades que apareciam na sequência da entrega dos Golden Globes enquanto eu ainda digeria a informação. ‘a Mila Kunis…’ e eu ‘foda-se a Mila Kunis, porra!’

tudo bem, não sou conhecido pela delicadeza.

aliás e felizmente não sou conhecido de jeito nenhum. rárá. nada a celebrar no que diz respeito a mim. inda mais em tempos de BBB.

o que me faz lembrar: brigadão pelo novo header, Frater Frey.

reclames (não deve ter ninguém mais que lê blog que ainda lembre do significado pretendido ao usar essa palavra) de última hora: tá no ar o 3º segmento de CONTINUIDADE.

Jean Okada criou páginas no issuu pras hqs que fizemos juntos <(IN)VERSÃO, DESVIO E FIM> e mandou os links que colei aí na esteira lateral sob “Moraes Stuff”.