então a semana passou (não) literalmente em ‘brancas nuvens’. exceto, é claro, pelas chuvas constantes que demandaram, sim, nuvens e mais nuvens, de preferência escuras, escuríssimas, tanto que davam a impressão de ser um teto de nuvens, tamanha escuridão e homogeneidade. um teto sem paredes laterais que o sustentassem, o que agravava a sensação de irrealidade. e, claro, o sentimento opressivo de cansaço além de qualquer descanso.
nem tudo foi dor, pranto e ranger de dentes. pelo menos um objeto de desejo materializou-se e, assim, deixou de ser objeto de desejo e passou a outra categoria de objeto. a destruição paulatina de uma biblioteca acrescentou tijolos fundamentais a outra. não que isso importe. tá bom, importa porque a outra é a minha. então importa, pelo menos, pra mim.
que mais?
senti uma vontade crescente de agredir fisicamente alguns desconhecidos. bom, nenhuma novidade na vontade de agredir fisicamente, sinto essa todo dia, mas os desconhecidos geralmente recebem o benefício da dúvida que este qualificativo garante. quando disse o que queria fazer, depois de dois expressos, o sr. Freire informou-me gentilmente que eram paquistaneses. não sei se é de bom tom agredir fisicamente paquistaneses em plena tarde de sábado na companhia dos amigos, mas não resisti a soltar o verbo. isso posso fazer com relativa facilidade, sem medo de represálias.
a conclusão a que cheguei depois de muito (pouca) reflexão sobre o episódio é que, bomba atômica ou não, má educação também é um lance glogalizado.