violence bleu

li o #2 de OORU esses dias… na verdade, há nove dias e, sim, sei que não é relevante, mas… tudo muda. há uma semana e dois dias, estava empenhado em fazer um catching up da leitura dos gibis bonellianos e mangás que se empilharam involuntariamente, as pilhas crescendo perigosamente, tornando-se instáveis, a ameaça de um desmoronamento e possível soterramento… seria eu uma vítima de morte por desabamento de hqs? a polpa das árvores conseguiria, afinal, a vingança do verde sobre um de seus maiores algozes acelerando o crescimento de material adquirido e não-lido como que por geração espontânea?

não ligo.

OORU é violento, a arte não é bonita e há caos pra dar e vender em suas páginas. ao contrário do que posso ter dado a entender, considero esta uma das hqs mais promissoras nas bancas hoje em dia.

a premissa é cabulosa: mangaká aposentado precocemente é procurado por seu ex-editor que tenta convencê-lo a voltar-se pra criação de um produto novo, dado o sucesso de sua história anterior. o acaso interfere na forma da yakuza, o que leva o ‘auteur’ a descobrir sua nova paixão, o canvas sobre o qual quer delinear sua próxima produção: o assassinato.

o editor vai de arrasto, ainda convencido de que pode fazê-lo mudar de idéia, servindo por vezes de alívio cômico (tanto quanto possível, que a parada é pesadíssima) e agindo, bom, como se espera que um editor aja, mas num contexto totalmente novo.

em OORU você vai encontrar um uso inusitado da metalinguagem, o exame cínico do processo criativo e o quanto o autor acha importante o que o leitor pensa de sua obra. de verdade? é uma bofetada com soco inglês na cara dos fanboys.

a única coisa que me faria enjoar da história (hipotético) é se, em algum momento futuro, o criador se deixar cair na rotina básica da maioria dos mangás… você sabe, é parecido com os níveis de dificuldade de um game, não? os problemas vão se tornando mais complexos e as soluções mais extremas.

por enquanto está bom.

2 Respostas para “violence bleu

  1. Hmmm!

    Já imaginava que fosse bom, mas agora deu vontade de comprar…

    Acabei de lembrar, não se esqueça do nosso bate-papo de sexta-feira! Até lá…

    Hasta!

  2. belê, Mathieu!

    nos vemos na caixa de diálogos.